21/11/2024
Carnaval filme da Netflix

Carnaval, filme da Netflix, pela visão de quem nasceu em Salvador

Carnaval, comédia brasileira que está na Netflix, conta a história de uma influenciadora digital traída pelo namorado. Mas ganha passagem para ela e amigas curtirem o carnaval de Salvador. E descobrem muito mais que a maior festa de rua do mundo.

O elenco é formado por Giovana Cordeiro, Bruna Inocencio, Samya Pascotto, GKay, Flavia Pavanelli, Micael Borges, Nikolas Antunes e os baianos Rafael Medrado e Jean Pedro.

Afinal, o filme Carnaval é bom? Acompanhe o que achei, com o meu olhar de quem nasceu, cresceu e mora em Salvador.

O que achei do filme (sem spoilers)

O trailer dá impressão de que será aquele tipo de comédia sessão da tarde e com o olhar totalmente de quem não mora aqui, ou seja, das protagonistas. Como as gravações foram feitas no carnaval 2020, a intenção, segundo o diretor, era fazer apenas comédia, mas o resultado final se tornou um possível registro histórico de como era o carnaval, pois há grandes chances dele não ser mais desta forma depois da pandemia.

O filme me surpreendeu por causa das minhas baixas expectativas causadas pelo trailer. Afinal, eu já estava pronto para descer a madeira com mais uma produção estereotipando quem mora em Salvador.

Mas há uma dedicação em mostrar a capital da forma mais fiel possível. Desde as cenas reais dos personagens no meio da multidão, passando pela Barra e o Pelourinho. Enquanto o “meu rei” não é usado, “barril” é falado com naturalidade por quem vive aqui.

E o roteiro leva para um caminho inesperado para uma produção que se propõe a entregar comédia. Além de criar algumas cenas divertidas, Carnaval aborda assuntos mais sérios, mesmo com pouca profundidade. Afinal, o filme dura apenas uma hora e meia.

Talvez o filme agrade mais quem, pelo menos, conhece um pouco do mundo dos influenciadores digitais, já que a festa fica em segundo plano para dar suporte a esta história. Para passar o tempo e se distrair, eu acredito que o filme cumpra com o seu papel.

A vez que fui ao Carnaval e ganhei R$ 600 em 5 minutos

Como o filme mata um pouco das saudades da festa, vou aproveitar para contar uma resenha do carnaval 2011 que eu passei justamente como influenciador digital. Mesmo que na época usassem apenas “blogueiro”. Até relatei brevemente no post do meu outro blog.

A estrutura dos camarotes já era semelhante à mostrada no filme. E blogueiros recebiam abadás para camarotes normalmente. Fui em dois sem problemas, mas nesse, a produção falou comigo que teria direito a dois abadás, o meu e um feminino. Chamei uma amiga.

Mas a produção avisou que, por “problemas de logística” (ou seja, provavelmente algum figurão pediu e deram o meu abadá) eles não tinham mais a masculina, mas iam correr atrás pra conseguir, o que não ocorreu.

Minha amiga ficou sem graça de ir para o camarote mais badalado do circuito sozinha e me devolveu. Estávamos na Piedade, que era relativamente perto da Ondina, local do camarote. Ela sugeriu a venda do abadá feminino. Fiquei em dúvida por não ter habilidade de vendedor, mas fui.

Chegando lá, eu logo avistei um grupo numa rodinha e uma moça sem abadá. Disse timidamente que tinha uma e vendia por R$ 500. Eu realmente não tinha ideia de quanto estava vendendo, mas logo percebi que tava barato. Pois o rapaz arregalou os olhos, pediu para eu não sair dali e correu pra pegar o dinheiro.

Só que o camelô ouviu, tirou um bolo grande de dinheiro, me deu R$ 600 e tomou o abadá da minha mão. O cara estava voltando e fiz cara pedindo desculpa.

Depois soube quanto estava o abadá: R$ 900! O camelô, no mínimo, deve ter faturado o dobro do investimento. Para mim, de qualquer forma, foi lucro, já que ganhei a peça e só gastei no táxi.

Por isso, eu recomendo que depois de ver Carnaval, assista também na Netflix outras duas produções dedicadas a Salvador: Axé: Canto do Povo de Um Lugar e o episódio com Dona Suzana Street Food América Latina.

Aproveite e assista à versão que publiquei no meu canal do YouTube e siga-me no Instagram.

2 thoughts on “Carnaval, filme da Netflix, pela visão de quem nasceu em Salvador

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